Grupos. Poucas relações humanas me incomodam mais que os grupos. Eles se formam sem ninguém saber como, se transformam e tomam decisões, sem haver uma única cabeça que se sobressai. Eu questiono: Onde estão os Eus individuais que compões os grupos estereotipados?
A resposta é simples. Eles se perdem. Um traço marcante de nossos relacionamentos é como cedemos de nossas opiniões por uma aceitação dentro dos moldes formados pela sociedade. E nessa brincadeira de ceder e aceitar, os eus se perdem para dar espaço a uma nova personalidade, a personalidade do grupo. Respaldado por essa criação ele (o grupo) se locomove, se alimenta, joga sinuca e se embebeda em festas de axé, ainda que nenhum dos seus integrantes aprecie axé!
‘..pra ser palhaço nem precisa do nariz vermelho, é só fazer o que não sabe sem se olhar no espelho..’
Acreditando nessa teoria, aplico-a a grupos menores. Dessa forma, podemos apreciar empiricamente o porque da estranheza ao terminarmos um relacionamento. Cedemos aos nossos parceiros na proporção do quanto lhes gostamos. Acabando relacionamentos longos, não lembramos mais quem éramos sem o outro. Esquecemo-nos da naturalidade de ficarmos sozinhos e nos pegamos entristecidos no meio de um quarto vazio perguntando: Que faço sozinho? Cadê meu eu?
‘Até onde ela pode me levar? Se é que ela pode me levar...’
O raciocínio é tão obvio que criamos até nossa sentença de pedra: Não mais cederemos! Nunca mais!
Porém, de acordo com nossa experiência, nós sabemos que lutaremos pelo nosso eu, até que um outro eu valha a pena a nossa própria abdicação.
Um comentário:
Muito lindo, pessoas como vc são especiais e realmente só podem escrever coisas assim, lindas como vc.
Bjs
Nizia Loubet
14 de Setembro de 2008 13:33
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